Crônica 12 - Pulando sete ondinhas no Maranhão.
- @joaocabenaestrada
- 29 de dez. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 30 de dez. de 2020
Quando decidi viajar de bicicleta, ainda em Valença, planejando alguns destinos e metas, eu olhava para o mapa gigantesco do Brasil e lembro da sensação de poder estar em muitos lugares no Ano Novo, mas jamais pensei no Maranhão por uma questão de distância. Pensei que fosse impossível chegar no litoral em pouco mais de três meses.

Na estrada o tempo passa diferente e fui me desligando da contagem convencional para prestar mais atenção na movimentação natural da Terra. Hoje, quando estou pedalando, acompanho meu tempo pelo sol e decido parar a depender da temperatura ou o quanto a paisagem mexe comigo. Dessa forma, pensei que pudesse levar mais tempo até São Luís. Fui garantindo confiança e controlando a velocidade do pedal quando passei a viajar sozinho. Em muitos trechos a deconfiança em mim mesmo não me trouxe a coragem necessária para continuar. Fui aos poucos aprendendo a driblar e controlar essa sensação.
Quando cheguei em Imperatriz, decidi que iria adiantar uma boa parte até os Lençóis Maranhenses que foi o segundo grande destino da viagem e onde escolhi para passar o Ano Novo, no entanto, após algumas mudanças, preferi seguir para a capital. Até o Natal não sabia onde passar a virada. Eu tinha todas as opções mas destaquei Alcântara e logo depois Mangue Seco. O Eduardo Silveira me despertou a curiosidade pelo lugar e achei que seria uma ótima ideia começar o ano ao lado do mais novo conhecido.
Ainda estamos pensando o que fazer, levar para comer e onde ficar exatamente. Faltando dois dias para o Ano Novo e essas questões importantes ainda não foram definidas, e, sabe de uma?, Eu gosto dessa sensação, parece que tudo fica muito mais autêntico; o desconhecido e incontrolável me chamam atenção. Tenho barraca de camping, fogareiro, alguma merreca no banco e cartões postais para fazer o dinheiro que faltar. Está tudo certo!
Seguindo o conselho da Jout-Jout: "Apaixoni-se pelo imprevisível."
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