Crônica 26: É bom dar um tempo!
- @joaocabenaestrada
- 17 de fev. de 2021
- 2 min de leitura
Foi no programa Partiu Bandnews da Band News FM apresentado pelo jornalista André Coutinho que divulguei o final da segunda temporada do Cabe na Estrada. Eu estava em Salinópolis, litoral do Pará, na região conhecida como salgado. Foram dias e dias pensando sobre a decisão e muitos motivos me levaram a definir que dar um tempo seria importante.

As divisas do Pará estavam se preparando para fechar por conta do colapso provocado pelo coronavirus no estado do Amazonas, e dois dos municípios que eu queria muito conhecer estavam restringindo a entrada de turistas. Marajó e Santarém, onde está a famosa Alter do Chão, já estavam caminhando também para um lockdown. Concomitantemente as decisões do governo local, as fronteiras com o Brasil continuavam fechadas, mudanças ocorriam na minha família e algumas propostas de trabalho começaram a surgir. Minhas duas irmãs estavam retornando para o interior da Bahia, algo que não acontecia há alguns anos e meu sobrinho completando um ano de vida no mesmo mês que minha mãe e minha irmã. Ao mesmo tempo que os números da covid-19 cresciam e novas variações surgiam. Haviam duas opções, continuar viajando pelo interior do Pará, pegar um ônibus para um estado do sul ou retornar e aproveitar as oportunidades. Confesso que eu estava sentindo saudade da vida acadêmica e pensei em aproveitar o período na minha cidade para, além disso, trabalhar noutras coisas que sinto interesse. Por tudo isso, a decisão te voltar pesou na balança e me preservar para um período mais oportuno fazia mais sentido. De fato, comecei a pedalar em setembro de 2020 quando estávamos ainda sem perspectiva para vacinação, no entanto, após cinco meses, achei tempo suficiente para retornar sem lamentações e dúvidas. O que eu havia feito e onde cheguei, poucos se aventurariam. O Cabe na Estrada vai entrar numa fase de reparos e novos formatos. Além dos textos que pretendo continuar publicando, quero compartilhar pequenos vídeos e depoimentos tanto no Youtube quanto no Instagram. Minha ideia é continuar engajando meu público e chamando mais atenção de páginas de cicloviagem e tentar um bom patrocínio para a fase internacional, ainda mais ousada!
Comprei a passagem de ônibus para Salvador com conexão em Fortaleza, um retorno de mais de 50 horas em trânsito e 6 horas de conexão na capital cearense. Além do preço da passagem, a possibilidade de trazer o sabor do Pará para a minha família, me fez enfrentar o longo retorno com tranquilidade, exceto pelas polpas de frutas e açaís que tentei manter resfriado.
Fiz um itinerário diferente de ônibus e pude passar por cidades e o estado do Piauí que ainda não conhecia, além de rever Petrolina e Juazeiro onde morei e trabalhei por algum tempo.
A chegada em Salvador foi tranquila e senti um apreço como nunca havia antes. Estar de volta me trouxe o contentamento, serenidade e reconhecimento de que o que eu fiz foi gigantesco e mudaria minha vida para sempre!
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