Crônica 20 - Vila do Penha e baía do Maracanã.
- @joaocabenaestrada
- 27 de jan. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 1 de fev. de 2021
Na estrada de piçarra (barro), entre Nazaré e Vila do Penha tem muitas casas e bifurcações. Facilmente eu me perderia ou levaria mais tempo para chegar ao meu destino já que eu teria de aguardar alguém passar para confirmar a direção. Nessa estrada não há placas nem mesmo o GPS entende os muitos caminhos. No entanto, achei que, para uma estrada de chão estava em boas condições apesar das chuvas intensas dos últimos dias. Não diferencia das rotas alternativas que peguei no Maranhão, exceto pelo fato deu ter atravessado as frágeis pontes de madeira dentro de um ônibus cheio e pesado. As pontes pareciam menores do que a largura do ônibus e quando os passageiros nativos demonstravam preocupação eu ficava ainda mais tenso.

Passei por muitos vilarejos como São Bento e Boca da Onça. São várias as opções para chegar à Ilha do Algodoal, mas eu não queria a tradicional pela PA 318 via Marudá. Desde o norte do Maranhão que descobri que posso viajar mais rápido pelas estradas de chão, atravessando os rios e baías de barco. A recompensa também é muito maior já que eu passaria por mais áreas alagadas e praias. Minha intenção em seguir para a Vila do Penha foram duas, a primeira porque já havia encontrado um anfitrião, segundo porque eu teria a chance de, chegando em Maracanã, escolher se seguiria de barco ou bicicleta para Algodoal. As duas opções são cheias de paisagens incríveis.
Cheguei na vila do Penha por volta das 18h30. Montei Jandira e segui para a casa do Paulo de Lima, irmão do Marcos de Salinópolis. Conversamos e respondi as dúvidas corriqueiras. Montei a rede numa área coberta no quintal, tomei banho e jantei. Organizei os alforjes como de costume quando encontrei um embrulho no meio de um deles. O Diogo, sem que eu percebesse, deixou um presente. Um perfume: Natura Homem. O primeiro desde que saí de casa e decidi somente usar desodorante sem cheiro. Foi uma boa surpresa. Nem sequer desconfiei ou o vi se aproximando dos alforjes.

A noite estava fresca e, depois de espiar o que estava acontecendo no campo de futebol da vila do Penha, voltei para descansar. O ônibus para o povoado de Derrubadinho sai às 4 e 5 da manhã em dias comerciais e 4 da manhã aos sábados. O embarque acontece em algum ponto da estrada por onde ele passa. De Derrubadinho eu ainda teria de atravessar de barco a baía do Maracanã. Atravessar baías sempre me deixa apreensivo por causa do tamanho das embarcações dessa região que são “fininhas” e compridas, me dando a sensação de instabilidade. A agitação e correnteza também me deixam nervoso. Levando em conta as experiências que tive em outras baias no Maranhão e até então no Pará, não foram calmas.

Comments