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Crônica 21 - Algodoal quase que de graça!

Atualizado: 3 de fev. de 2021

A estrada de chão até Derrubadinho é estreita e bastante irregular. Tentei dormir mais um pouco mas foi impossível. Jandira estava desamarrada e os alforjes de qualquer jeito no fundo do ônibus. Desisti do cochilo e passei a prestar atenção nas pessoas que subiam. Todas elas bem vestidas e de máscaras, estavam a caminho de Maracanã que é, depois de Salinópolis, o município mais importante para os ribeirinhos dessa região.


Saindo de Vila do Penha às 3 da madrugada.

No cais de Derrubadinho, uma ponte de madeira improvisada e bastante maltratada, inclusive faltando tábuas, fazia a passagem das pessoas. De repente alguém ergue a bicicleta sem que eu esperasse e a colocou juntamente com os alforjes e barraca de camping na parte de cima. Eu atravessei o rio Maracanã no teto do barco, segurando Jandira que também estava desamarrada. Dessa vez não me preocupei com a força das águas. Foi uma travessia tranquila. Vi o dia amanhecer de cima do barco, os raios dourados dançando no rio, os guarás vermelhinhos cruzando o manguezal e a costa tomando forma e me indicando a direção da Ilha do Algodoal. Não demoramos mais do que 40 minutos.


Ônibus para Derrubadinho.

Desembarquei, montei Jandira e segui para o Centro de Maracanã. Eu precisava sacar um pouco de dinheiro porque ainda não havia decidido se seguiria de barco. No retorno para o cais, uma surpresa, conheci o Cacaia que é Vereador e Presidente da Câmara de Maracanã e estava indo para Algodoal. Contei sobre o projeto, de onde eu vinha e há quanto tempo estava na estrada, Cacaia gentilmente me ofereceu uma carona. Tudo o que eu queria: uma volta a ilha não programada. Financeiramente, chegar em Algodoal saindo de Salinas me custou 23 reais.

Embarcamos as 7 horas e seguimos em direção a baía do Maracanã. A travessia foi bastante prazerosa. Passamos pelos povoados Quarenta e Fortalezinha, atravessamos um canal e saímos em frente, porém ainda longe de Marudá. A primeira imagem de Algodoal me lembrou a ilha de Boipeba na Bahia, onde, na chegada só é possível avistar parte do povoado já que as praias ficam do lado oposto.


Baía do Maracanã.

Desembarquei e pedalei com dificuldade pelas ruas de areia da vila. Eu ainda precisava encontrar um local para passar a noite. Visitei alguns campings de até 20 reais sem café da manhã. Tem muitos! Dei uma volta até a famosa praia da princesa e no retorno pesquisei mais alguns campings. Eu já estava convencido em ficar no camping Kite Life quando reencontrei o Cacaia que me ofereceu um quiosque no quintal de uma pequena pousada desativada, o local tinha energia, água e uma mangueira carregada. De cara aceitei, acomodei minhas coisas, lavei Jandira e minhas roupas, preparei meu almoço que foi manga com amendoim, mel e xarope de guaraná da Amazônia e descansei um pouco!

Agora sim Algodoal estava ficando ainda mais bonita!


A caminho de Algodoal.

 
 
 

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