Transportando Jandira.
- @joaocabenaestrada
- 30 de dez. de 2020
- 3 min de leitura
Dos trecho que decidi viajar de ônibus, trem ou carona somente em Guaraí no Tocantins tive problemas para encaixotar e despachar Jandira. Isso porque existe uma tacha não regulamentada pela empresa mas cobrada pelo motorista que estabelece o preço na hora do embarque. Isso me trouxe bastante desconfiança e aborrecimento porque, especificamente nesta cidade, o preço do despacho caiu de 60 para 25 reais em questão de minutos.

Dos mais de cinco mil quilômetros que já pedalei (somando as duas temporadas do Cabe na estrada), por volta de 500 km foram entre ônibus e carona. A necessidade veio por vários motivos, deste o mau tempo até conselho de moradores que sugeriram não fazer algum trecho específico. Minha modalidade de cicloviagem não é engessada, não determino estar apenas de bicicleta quando, aceitar uma carona, por exemplo, vai me trazer uma boa recompensa. Assim eu conheci a história do motorista Guará. Vejo desvantagens em determinar que uma cicloviagem longa seja feita inteirmanete sobre as duas rodas da magrela, e acompanhando o canal dos grandes cicloviajantes brasileiros, todos já descreveram situações assim.
Tenho sempre o cuidado de desmontar Jandira, encaixotá-la direitinho para evitar surpresas no novo destino, no entanto arranhões são imprevisíveis e quase sempre não sei onde adquiri a maioria deles.
A primeira vez que precisei realmente desmontar toda a bicicleta, retirar pneus, bagageiros e outras peças, foi em Seabra, Bahia. Lá iniciei minha jornada sozinho e, por conta da baixíssima autoconfiança, decidi reiniciar a viagem num destino que me desse a sensação de estar começando. Em Seabra, fui até a Bike Shop Chapada, consegui uma boa caixa, comprei fita adesiva e aguardei o ônibus na garagem da Emtram, na Rua Franscisco Costa, 44. Tinha até às 23h para descobrir como organizar tudo. Os alforjes despachei junto a caixa com a bicicleta e coloquei alguns pertences na mochila, que, por sinal, havia ganhado do amigo Marcus Lémmer em Seabra. Desde então, todas as vezes que precisei desmontar a magreja, segui o mesmo ritual. Em Seabra, Bahia, despachei a bicicleta sem taxa excedente.

Até o momenoto, a carona do Guará foi a única. Como ele estava num camainhão baú, apenas retirei os alforjes e usei o elástico extensor para prender a bicicleta na lateral do baú. Contei como consegui e como foi a carona com o Guará na Crônica - 2: Viajando só mas acompanhado.
Já em Açailândia, fiz o meu primeiro e talvez único trecho de trem. Neste tive mais dificuldade para despachar a bicicleta por dois motivos: estava sem a caixa e enfrentei grande burocracia. Além de desmontar a Jandira, enrolei minha toalha de banho no câmbio para evitar o máximo de impacto possível. A Vale não se responsabilizou pelo transporte da bicicleta e não é que não possa transportar, mas existe uma série de medidas tomadas para enviar alguns volumes. Acabei improvisando e consegui convencer a gerente do vagão de cargas a despachar minha bagagem. O trem é super confortável e tem muitos vagões para transporte de cargas. Inclusive eu pude conferir durante a viagem onde e como acomodaram Jandira.

O Norte do país é farto em rios que são usados também como hidrovias de acesso a regiões mais remotas. A viagem de balsa entre Belém e Manaus, duas das grande capitais da região Amazônica, leva entre cinco e seis dias e ainda não faço ideia de como funciona o transporte de bicicletas nessas embarcações. Mais pra frente eu descrevo as descobertas.
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